Alborino Teixeira
Teólogo e Profesor
da Rede Estadual de Ensino
A greve não é apenas um direito dos trabalhadores. É também um conflito social, constituído por diferentes idéias que precisam ser ouvidas, dialogadas e respeitadas pelos governos e pelas demais autoridades que ocupam o poder. É bom deixar claro que as relações entre governo e trabalhadores devem se dá num clima de autonomia e respeito por parte da direção do Sindicato, e não aceitar qualquer tipo de autoritarismo e abuso de poder, como vem procedendo, o governo do Estado por ocasião das negociações, através da inabilidosa, desorganizada e burocrática Secretaria da Educação. A greve do ponto de vista político-ideológico e ético, constitui-se ao longo da história de luta dos trabalhadores, como um dos mais importantes e necessários instrumentos de luta da classe trabalhadora, no combate a negação de direitos, ao autoritarismo e ao massacre geral às classes sociais sofridas. Basta olhar o mundo de 1886, para cá, quando Chicago abalou o mundo inteiro com uma greve, cujo objetivo era a redução da jornada de 16 para 8hs de trabalho para os jovens trabalhadores norte-americanos.
Ao contrário daqueles que hoje, não aceitam mais a greve, dando demonstração clara de que estão com os bolsos cheios de dinheiro, mudaram de postura política e classificam o movimento grevista dos trabalhadores em Educação de desnecessário e inoportuno, por estarem alojados nos palácios dos governos ao lado dos que, ao longo dos mais de 500 anos de América, sugaram e roubaram os povos latinos.
Recuar o diálogo em torno das idéias e das necessidades fundamentais dos trabalhadores, além de ser um equívoco, é uma insinuação irresponsável ao confronto entre trabalhadores e governo. Trabalhadores que há muito tempo clamam por salários justos, condições concretas e dignas de trabalho para que possam trabalhar e produzir educação de qualidade.
Ninguém acaba a greve, é só força de expressão, e muito menos com medidas de natureza legal. Em qualquer movimento grevista, um pedido de legalidade não é novidade, pois ele é um recurso repressor do sistema capitalista para impedir as lutas da classe trabalhadora, amparar os patrões para que eles continuem tendo autos lucros e garantir maior concentração de renda, riqueza e poder. De modo que os trabalhadores em Educação do Estado do Piauí, precisam entender, hoje e sempre, o seguinte: A nossa esperança, e a nossa força, está em nossa fé em Deus, e em cada companheiro trabalhador em Educação, organização, conhecimento da realidade da educação brasileira, na formação política da nossa categoria, união e fraternidade entre nós. Sem esses recursos não seremos capazes de enfrentar o poder e suas conseqüências. As greves continuarão, neste ou em outros momentos. Os trabalhadores em Educação do Piauí, exigem do governo salários justos, condições dignas de trabalho e respeito por parte do governo para que possam viver como gente.